8 passos para lidar com as diferenças no ambiente de trabalho
Saber lidar com a diversidade no ambiente de trabalho é também passo fundamental para o sucesso profissional
Uma equipe de alta performance é composta, idealmente, por membros com diferentes habilidades, que se complementam para alcançar os objetivos em comum do time. Essa configuração proporciona a inovação pela diversidade na forma de pensar, o que gera vários insights e possibilidades.
Porém, muitas vezes essas diferenças podem também causar conflitos no ambiente corporativo. É preciso aprender a conviver com comportamentos e ideologias divergentes, mesmo que pareça difícil. Desenvolver tal habilidade exige autoconhecimento, paciência, flexibilidade, humildade, boa comunicação e, acima de tudo, respeito. Saber lidar com a diversidade no ambiente de trabalho é também um passo fundamental para o sucesso profissional, o que consequentemente proporciona o crescimento da organização como um todo.
A principal base para lidar com as diferenças é exercitar a empatia, um conceito que apresento em meu livro “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, e que consiste na capacidade de colocar-se no lugar do outro para lançar o olhar em outra perspectiva, saber o que você pensaria e sentiria caso estivesse na mesma situação. Representa a compreensão dos sentimentos e emoções, no intuito de experimentar -de maneira objetiva e racional- o que sente o outro indivíduo, e como ele pensa. É desenvolver a habilidade de pensar na perspectiva do outro, e não somente da nossa, o que gera entendimento e proporciona uma boa comunicação.
Existe uma teoria que nos ajuda a praticar a empatia. É a teoria do coco, concebida pelo Ken O´Donnell, escritor e palestrante australiano. Ele diz que nós somos como cocos, com um miolo branco por dentro e uma casca – que pode ser verde, seca, e de diferentes cores. Já o miolo branco é igual nos diversos cocos, o que representa as nossas qualidades inatas, os nossos valores e o nosso potencial para o bem. Ele afirma que essa parte é igual em todos os seres humanos, e que a diferença fica na casca – ou seja, no ego, nos aspectos adquiridos. Enquanto o conflito vem das nossas “cascas”, ou seja, de nossas diferenças, ao identificarmos os pontos comuns com os outros conseguimos gerar a empatia.
Sendo assim, ao perceber um conflito com alguém, procure por pontos comuns que você tem com essa pessoa e que você admira em si mesmo, para exercitar sua empatia. Isto irá aproximar você da outra pessoa, e criar conexão. É um processo que começa em nossa mente, determina os nossos sentimentos e nos ajuda a dar um novo significado -mais construtivo-, no relacionamento humano, a partir das nossas atitudes, o que define os resultados a serem alcançados.
Praticar a empatia no ambiente de trabalho é potencializar a sinergia na equipe, estabelecendo conexões positivas. É enxergar o que existe no outro que é igual em você. É vislumbrar o ser humano por trás do crachá, independentemente dos crachás. É valorizar você e o outro, como ser humano, exercitando sua humildade.
Para conquistar tudo isso, busque colocar em prática esses passos:
- Olhar para o outro como ser humano que também é você, com todas as diferenças, forças e fraquezas que compõem a personalidade.
- Flexibilizar para entender que as pessoas podem pensar diferente de você e divergir nas opiniões.
- Escutar ativamente o que o outro tem a dizer, abrindo espaço para aprender o novo.
- Desenvolver a inteligência emocional, buscando se conhecer mais e conhecer o outro a partir das diferenças.
- Criar espaços para conhecer os seres humanos atrás dos crachás, com papos informais que vão além das questões de trabalho. Ao fazer isso, busque identificar pontos em comum entre vocês e ficará surpreso com a conexão que isso gera.
- Colocar o foco no propósito em comum dentro da equipe ao realizar um trabalho.
- Reconhecer o potencial e atitudes das pessoas, com a prática do elogio e de um simples agradecimento.
- Celebrar as conquistas em comum.
Praticar esses passos corresponde a evoluir dos conflitos pelas diferenças em direção de ganhos em conjunto, o que leva a alcançar as metas, além de promover a harmonia. Quando se tem um ambiente harmônico, onde as pessoas se sentem bem e estão conectadas com as atividades que entregam, o resultado é de produtividade.
Uma pesquisa recente feita pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, mostrou que funcionários felizes são 12% mais produtivos que os demais.Um clima organizacional favorável proporciona bem-estar, felicidade, comunicação fluida, eficácia nos processos e crescimento, o que contribui diretamente para que os resultados, tanto individuais como coletivos, sejam melhores.
Susanne Andrade é autora dos best-sellers “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, “O Segredo do Sucesso é Ser Humano”, e do livro digital “A Magia da Simplicidade”. É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela FIAP em disciplinas sobre carreira, coaching, liderança e gestão da mudança para a transformação digital. É sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o “Modelo Ágil Comportamental”. Colunista no “Portal IT Forum 365, na coluna Desenvolvimento Humano na Era 4.0”. Voluntária no Grathi