Robert Half revela cargos e salários em TI que estarão em alta em 2024

Após um período de incerteza no mercado, as perspectivas para o mercado de TI em 2024 são otimistas. Isso é o que revela o novo Guia Salarial da Robert Half, divulgado nesta quarta-feira (07) pela consultoria, que traz cargos e salários que deverão estar em alta no setor.

De acordo com a empresa, 58% dos CIOs brasileiros planejam abrir novas vagas de trabalho no próximo ano. Para 2024, a tendência é que empresas busquem profissionais em todas as áreas de tecnologia, mas algumas áreas — como consultores ERP, engenheiros de dados e analistas de segurança — terão destaque ao longo do ano.

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“Nos últimos anos, o mercado de tech vinha sendo totalmente comandado pelos candidatos. Agora, por mais que o cenário tenha dado uma equilibrada, não há dúvidas de que a área continua aquecida e permanecerá assim por um bom tempo. Só saímos de um cenário extraordinário. É como se tivéssemos de fato furado a bolha e entrado em outro universo”, disse Carolina Cabral, diretora da Robert Half.

Profissões em alta

Segundo o Guia Salarial 2024 da Robert Half, banco/seguradoras/fintechs, indústria, agronegócio, saúde e educação serão os segmentos que irão liderar as contratações ao longo do próximo ano.
Os profissionais mais procurados são consultores de ERP, engenheiros de dados, analistas de segurança da informação, desenvolvedores RPA/automação e gerente de TI. As habilidades técnicas mais buscadas são ERP, nuvem, Python, Salesforce e banco de dados.

Entre as certificações que são mais exigidas por empresas estão COBIT, CCPV em infraestrutura; CCNA, CCNP, ITIL, CISCO em redes; Azure, AWS, Google Cloud em nuvem; CEH, CISSP, ISO27001, CompTIA Security+, Certificações Salesforce em segurança da informação. Além das habilidades técnicas, algumas habilidades comportamentais, ou ‘soft skills‘, também estão em alta demanda, incluindo capacidade de ensinar, flexibilidade, resiliência, trabalho em equipe e liderança.

Remuneração

O Guia Salarial da Robert Half apresenta três faixas salariais por cargo, determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, bem como pela complexidade de seu cargo ou indústria e setor de atuação. Os salários são divididos em percentuais, representados por 25%/ 50%/ 75%, sendo que 50º não significa, necessariamente, a mediana do salário para determinado cargo.

Os critérios para determinar em que faixa o perfil se encontra podem variar em torno da experiência na função, tempo no segmento, características setoriais, demanda e disponibilidade pelo perfil no mercado, habilidades e certificações extras.

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O percentual de 25% representa um candidato ou candidata que ainda é novo no trabalho ou que ainda está desenvolvendo habilidades relevantes, já o 75% representa aquele ou aquela que tem mais experiência do que a típica e conta com todas as habilidades relevantes para o trabalho, além de especializações e certificações, por exemplo.

Algumas perspectivas de remuneração em 2024 do Guia Salarial são:

Gerente de TI Generalista: R$ 20.400 | R$ 26.500 | R$ 34.200
Especialista/Cientista de dados: R$ 14.400 | R$ 18.700 | R$ 24.100
Desenvolvedor RPA Sênior: R$ 12.250 | R$ 16.000 | R$ 20.600
Consultor ERP: R$ 13.100 | R$ 17.000 | R$ 21.900
Analista de Segurança Pleno: R$ 8.400 | R$ 11.000 | R$ 14.100

Guerra por talentos

O Guia Salarial Robert Half 2024 aponta que 55% das empresas brasileiras estão mais confiantes para 2024, o que incentiva a abertura de novos postos de trabalho: 58% dos CIOs pretendem abrir novas vagas, enquanto 40% planejam preencher posições abertas, mas sem aumentar a quantidade de funcionários. Apenas 2% dos executivos brasileiros indicam congelamento de vagas.

As empresas, no entanto, ainda se deparam com dificuldades para atrair talentos, visto que o volume de mão de obra qualificada não supre a demanda das companhias e as taxas de desemprego continuam em queda. Atualmente, o índice de desocupação do profissional qualificado, ou seja, aquele a partir dos 25 anos com ensino superior completo, gira em torno de 3,5 — considerado baixo.

Conforme revela a pesquisa, grande parte das empresas (71%) acredita que encontrar profissionais qualificados será mais desafiador no próximo ano e 73% estão preocupadas com a retenção de seus melhores talentos.

De acordo com os executivos entrevistados, a falta de flexibilidade (trabalho remoto, horário flexível), a ausência de oportunidades de crescimento e o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional são fatores que impactam negativamente tanto a atração quanto a retenção de talentos. Entre as preocupações com a atração, também aparecem o processo de recrutamento muito longo e os salários abaixo da média do mercado. Já para retenção, a abordagem da concorrência e a falta de programas de reconhecimento geram apreensão.