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Ação Informática não estava à venda, foi questão de oportunidade, diz Enio Issa

Era 21 de outubro de 2015 as distribuidoras de tecnologia Ação Informática e Ingram Micro chegaram a um acordo definitivo e anunciaram ao mercado a compra da operação da brasileira pela norte-americana por quantia não revelada. Os negócios iam bem, garante Enio Issa, fundador da Ação Informática, que agora ocupa o posto de diretor-executivo de Advanced Solutions da Ingram Micro no Brasil.
Segundo Issa, os resultados de 2015 superaram as expectativas da Ação em termos de rentabilidade, mesmo diante de um cenário econômico nacional adverso. “Nossa receita crescia 25% e a empresa como um todo saltava 20%”, detalhou o executivo em conversa com o IT Forum 365.
Mas, então, o que fez o Issa aceitar a proposta de compra, que certamente não foi a primeira oferta nos quase 30 anos de existência da companhia? “A Ação não estava à venda. Estávamos ampliando nossa atuação, com escritórios em sete países na América Latina e logo abriríamos uma operação no México. Foi uma questão de oportunidade”, disse, completando que a companhia se deu conta de que para crescer teria de pular algumas etapas para competir globalmente e por isso o momento mostrou-se ideal para a aquisição.
Issa garante que há forte sinergia entre as empresas e a sobreposição de mercados de atuação era pequena. “Juntos, temos quase 9 mil revendas e desse volume somente 30 compravam mais do que 30% de cada um”, detalhou. A aquisição também possibilitou a ampliação de marcas: as organizações têm agora 60 fabricantes no portfólio – antes somente a Ação tinha dez.
A compra da Ação, afirmou Issa, está em linha com a estratégia da Ingram Micro de fortalecer seu posicionamento como distribuidora de valor agregado, um dos diferencias da Ação. Após a finalização do processo, a Ingram adquiriu também um negócio na Ásia com perfil semelhante. Tudo isso porque os clientes não querem comprar mais produtos e, sim, soluções, fazendo com que o mercado se adapte a essa nova realidade, observou o executivo.
Como parte da estratégia de crescimento, a Ingram Micro foi vendida em fevereiro de 2016 para a chineses da Tianjin Tianhai, que desembolsou US$ 6 bilhões na transação. O negócio considera pagamento de US$ 38,90 por ação da distribuidora, que manterá sua sede em Irvine (Califórnia) e passará a funcionar como subsidiária do HNA Group.
Integração
Mesmo depois da compra da Ação, Issa demostrou desejo por manter-se no mercado. “Não queria me sentir realizado apenas economicamente realizado, mas como ser humano”, contou. O fator humano, inclusive, foi preservado no processo de integração das empresas. Não houve sequer uma demissão no processo, orgulhou-se.
“Fizemos uma união fantástica. Somos 557 profissionais e todos os 200 talentos da Ação foram mantidos.” Além disso, 40% dos cargos de liderança são ocupados por pessoas da Ação. “Houve aproveitamento dos talentos.”
Isso porque, assinalou, Issa queria manter as pessoas que fizeram com que a Ação chegasse onde chegou. Foram dois meses de planejamento e criação de comitês de integração, finalizada em fevereiro deste ano. As empresas continuam operando nos mesmos lugares em São Paulo. O momento atual, disse, é de rearranjo dos parceiros. As marcas, por enquanto, serão mantidas da forma que estão, já que, por enquanto, o tema não está em discussão.
Próximos passos
Em evento para cerca das cem das principais revendas da Ingram e da Ação no Estado de São Paulo, Diego Utge, vice-presidente e líder da operação da Ingram Micro no Brasil, afirmou que agora, depois de 18 anos de atuação local, a companhia está mais forte.
Os planos daqui para frente estão pautados, segundo ele, em cinco pilares: acelerar investimentos em diferentes verticais; oferecer oportunidade de cross-selling entre parceiros das empresas; prover mais oportunidades de valor agregado tirando proveito da abrangência do portfólio atual; cobertura e expansão geográfica; e capitalização dos profissionais das duas empresas. “Nosso objetivo é acelerar os negócios com produtos e soluções de todos os portes”, finalizou.

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