60% das startups brasileiras esperam triplicar receita em 2 anos

Novo mapeamento realizado pela BR Angels e Abstartups indica que a maioria das startups no Brasil espera triplicar ou duplicar sua receita para os próximos 24 meses. Das 257 startups ouvidas, 58% espera triplicar sua receita, enquanto 37% busca duplicar; 2,7% manter a mesma receita e apenas 2,3% afirmaram que esperam não ter receita.

A pesquisa “Report Investimento 2022 BR Angels / Abstartups” buscou investigar o cenário, os desafios e as oportunidades futuras sobre investimentos no ecossistema de inovação brasileiro a partir da perspectiva de líderes de startups que se encontram em fase de investimento, entre anjo e Series. Se em 2021, o ecossistema registrou recordes no investimento em startups, o anseio de empreendedores é que o volume de aportes em 2022 seja linear. A expectativa é que o ciclo seja positivo, porém mais tímido.

Segundo o levantamento, os líderes de startups preferem o investimento-anjo, com 49,88% indicando esta categoria. Em seguida, 19,71% optam por grandes fundos de Venture Capital; 13,30% por micro Venture Capital; 7,13% por fundos ou entidades do governo e 9,98% por outros meios.

Os líderes das startups também veem o investimento-anjo como estratégico para seus negócios, com o estudo revelando que a expectativa de 31,7% dos empreendedores é que a relação com os investidores-anjo ajude a abrir portas em potenciais clientes e no uso da rede de relacionamentos. Por outro lado, 24,9% esperam que auxilie no aconselhamento em áreas específicas – como tecnologia, RH e vendas; 20,7% na projeção da startup no mercado; 10,2% no mapeamento da concorrência e posicionamento do negócio; 10,2% no desenvolvimento profissional e 2,3% em aspectos distintos.

Leia mais: Agtechs brasileiras captaram R$ 54,7 milhões em 2022

Para Orlando Cintra, fundador e CEO do BR Angels, o capital intelectual disponibilizado pelos investidores-anjo é tão importante quanto o capital financeiro, podendo muitas vezes superar a quantia aportada a longo prazo.

“Em um cenário econômico ainda mais desafiador, ir além dos aportes financeiros se tornou vital para as startups. O capital intelectual – seja mentoria, aconselhamento ou abertura de portas em potenciais clientes – se transformou em um ativo tão ou talvez mais valioso que o próprio capital financeiro. Para um novo negócio ter uma trajetória longa e sustentável, é necessário ter a sua fonte de Smart Money, com bons investidores e ótimos advisors”.

No entanto, a captação pode ficar um pouco mais difícil. Segundo Luiz Othero, diretor Executivo da Abstartups, os empreendedores vão esbarrar em um cenário mais criterioso por parte dos investidores. “Esperamos para o ano de 2022 um cenário mais focado em análise da performance operacional, e análise de indicadores que cada startup atingir para receber rodadas grandes de investimento. No entanto, os investimentos Early Stage devem seguir com os mesmos níveis observados no ano passado, as rodadas maiores serão as mais atingidas”, diz Othero.

Ainda de acordo com o executivo, um cenário com altas taxas de juros, preocupação com a inflação em diversos países e com as startups competindo com ativos mais seguros, é natural o ambiente se tornar mais criterioso. “Podemos esperar bastante racionalidade na decisão dos investimentos e pouca euforia”, conclui.

Em relação ao modelo de negócio das startups ouvidas, 31,2% das startups mapeadas que captaram investimentos em 2021 caracterizam-se como SaaS, ou “software como serviço”. No entanto, é o marketplace que segue em alta, concentrando 68,2% dos negócios investidos. O público alvo dessas startups são majoritariamente empresas, ou seja, B2B (84,2%); empresas e consumidor final ou B2B2C (12,05%); consumidor final ou B2C (3,6%); governo ou B2G (0,8%), Peer-to-Peer ou P2P (0,5%) e startups ou B2S (0,1%).

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