Observando e atuando sobre indicadores de negócio e operação de APIs

APIs, para quem ainda não está acostumado ao termo, são a base da nossa economia digital, permitindo conectar canais e experiências digitais

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1:41 pm - 22 de abril de 2020
APIs APIs

Partindo da visão de que somente se controla o que se pode medir, nós devemos aprender a capturar métricas que nos ajudem a observar e atuar sobre como produtos baseados em APIs se comportam, para o bem e para o mal do negócio, e da operação da empresa.

APIs, para quem ainda não está acostumado ao termo, são a base da nossa economia digital, permitindo conectar os mais diversos canais e experiências digitais. APIs são a ponte da modernidade, possibilitando estabelecer conexões que se baseiam na facilidade e agilidade, o que proporciona expansão das parcerias e negócios, além de rápida inovação.

A grande maioria dos nossos sistemas – das apps no nosso smartphone às nossas compras no e-commerce – depende de uma API nos bastidores para funcionar. Como em qualquer negócio, nós precisamos observar como o mercado e os clientes reagem a nossos produtos e serviços, tomando as ações de correção ou de mudança de direção necessárias para alcançar os objetivos pretendidos: mais clientes, mais receitas, mais sucesso, não perder negócios, entre outras.

Para obtermos insights valiosos, nós podemos seguir quatro diretrizes: Observador, Objetivos, Preocupações e Ações.

O observador é a entidade à procura dos insights que ajudarão na tomada de alguma decisão ou ação, como, por exemplo, um executivo, um gerente de produto, um analista de suporte, um administrador de infraestrutura.

Os observadores de APIs variam bastante, mas podemos estudar quatro perfis:

API Product Manager: é a pessoa responsável pelo roadmap e pelo sucesso do produto. Ele espera insights que indiquem que o produto API está na direção correta da satisfação do cliente, adoção do produto e de suas funcionalidades. Exemplo: A nova funcionalidade aumentou as transações de pagamento conforme esperado?

API Evangelist: é um evangelista responsável em manter contato com usuários e clientes para que adotem as APIs, e identificar se precisam de ajuda para o engajamento no uso. Exemplo: quantos clientes estão consumindo APIs?

API Administrador do Sistema: é o responsável pela plataforma que transaciona as APIs, podendo gerenciar sistemas, como gateways de APIs, back-ends de APIs e até os front-ends que consomem APIs como aplicações. O administrador espera ter métricas que identifiquem que a plataforma está entregando o nível de serviço acordado. Exemplo: a latência das transações e a disponibilidade da plataforma estão de acordo com o esperado?

API Owner: é literalmente o dono da API, responsável do negócio ou técnico que mantém os produtos publicados e alinhados aos interesses gerais da empresa. Em geral, obtém insights sobre o desempenho das APIs em consonância com as métricas de negócio ou de desenvolvimento de APIs. Exemplo: o consumo de APIs está dentro do esperado?

A segunda diretriz é definir objetivos que respondam às perguntas do negócio. Caso contrário, podemos ter insights que não dizem nada e não levam a lugar nenhum. Objetivos definem o que queremos alcançar com os dados, como, por exemplo, nunca perder um prazo, dobrar o número de clientes, entre outros.

Preocupações são situações que podem ocorrer ao alcançar ou se distanciar dos objetivos: atingimos um milhão de reais em transações de pagamentos em 2020, estamos perdendo clientes e nos distanciando das metas, entre outras.

Ações são disparos e alertas que nos indicam quando algo saiu de controle ou está saindo do comportamento previsto: conquistamos dez clientes, perdemos uma transação de cem mil reais por timeout, por exemplo.

Precisamos ter os dados necessários para coletar e, desta forma, correlacionar informações para gerar os insights primários que nos ajudarão a observar e tomar as ações necessárias. As conexões que as APIs estabelecem são um ponto de vista que normalmente as empresas não olham, e acabam ficando sem informações sobre algo que ocorre no nível das conexões.

Podemos observar as conexões como uma ação de um software para trafegar uma informação entre dois pontos, mas devemos olhar, principalmente, com a visão das relações das empresas, das pessoas e, como consequência, todas as complexidades das relações humanas envolvidas. Afinal, os insights podem nos dizer muita coisa sobre o que as APIs entregam de valor para o nosso negócio.

*Julio Cesar Campos Fernandes é especialista em APIs para o Digital Business da Axway

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